domingo, 9 de junho de 2013

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Hoje vou falar do meu autor brasileiro favorito, Machado de Assis. Estou um pouco nervoso com a construção da resenha, pois se trata de Machado, mas vamos lá!

Depois que li o conto “O Alienista” virei fã número um das obras dele. Porém, hoje não resenharei o conto, e sim o romance: Memórias póstumas de Brás Cubas.

Memórias póstumas conta a história de um filho abastado da elite brasileira do século XIX. Brás Cubas é o nosso narrador, e o próprio abastado. Para quem não conhece, o título chama a atenção.

Memórias póstumas?

Isso mesmo, memórias após a morte de Brás Cubas.

No inicio, Brás Cubas nos informa sobre o estilo de seu livro para posteriormente explicar a causa de sua morte, uma pneumonia. Em seguida ele nos narra o óbito. Após sua morte, Brás começa a narrar as suas memórias. Iniciando pela infância mimada, birrenta e endiabrada. Passando por sua mocidade e o romance entre a prostituta Marcela — romance que se tornara uma decepção e que o leva para Coimbra, onde se forma em Direito.

Ao regressar para o Brasil, Brás é incentivado por seu pai a entrar na vida política através do casamento. O senhor Cubas encaminha o relacionamento do filho para com Virgília, filha do Conselheiro Dutra, mas Virgília decide por se casar com Lobo Neves, também candidato a carreira política.

Brás Cubas entra em conflito com sua irmã Sabina, esta casada com Cotrim, após a morte de seu pai por conta da herança.

Contudo, a vida de Brás muda completamente com a reaparição de Virgília, esta se torna amante dele. Em meio ao romance adulteroso e a paixão ardente Virgília fica grávida, mas perde o bebê. Para manter as aparências, Brás corrompe Dona Plácida com cinco contos de réis, esta aceita morar em uma casinha que serve de local para os encontros secretos dos amantes.

No meio de romances e encontros, Brás reencontra seu amigo de infância, Quincas Borba. Este, agora pobretão, lhe rouba o relógio, mas acaba devolvendo outro relógio quando se enriquece novamente. É nesse momento que Borba introduz Brás Cubas ao Humanitismo. Filosofia um pouco estranha, mas que por certos aspectos se coaduna com a realidade humana.

O romance em sua totalidade não apresenta grandes feitos, nada de significante acontece por completo.

Entretanto, o ponto forte da obra é justamente essas não realizações. O leitor fica sempre a esperar os desenlaces que a narração promete, mas no final resta apenas o vazio da existência do protagonista. Brás Cubas é uma ótima crítica à elite brasileira daquele período. O jogo de interesses, que Virgília representa bem. Os mimos e caprichos da elite brasileira. O falso moralismo que está presente em todas as elites de todas as épocas, e que Brás e Virgília interpretam de maneira formidável. Restando, no final, apenas um capítulo de negativas.

Machado de Assis que me perdoe, mas não vi outras maneiras de resumir a história e compartilha-la com vocês. Muitos fatos tiveram de ser omitidos, afinal, se vocês forem ler o livro é necessário algum elemento surpresa, não é mesmo?

Excelente




Citação favorita:
“Trata de saborear a vida; e fica sabendo que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la.”

Quincas Borba

Nota: Como a edição é antiga e não possuí uma imagem na capa, decidi colocar outra imagem. 




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